domingo, 5 de agosto de 2018

Relato verdadeiro e indignado do leitor sobre o Hospital Dirceu Arcoverde (HEDA)

Boa tarde, meu nome é Plínio,  trabalho no aeroporto. Gostaria de compartilhar uma indignação, que com certeza não é só minha. Estas palavras também estou divulgando nas redes sociais. Caso queira publicar ou compartilhar fique a vontade.

Gente, não dá mais para conviver com a situação desumana da única opção em caso emergência médica de Parnaíba e região, o Hospital Estadual Dirceu Arco Verde (HEDA). Simplesmente não dá. Pessoas estão morrendo quase que diariamente por falta de atendimento adequado. E a grande maioria dos parentes, devido à falta de instrução e extrema pobreza, nunca saberá que poderia estar com seu ente querido ainda vivo, caso estivesse em um centro maior, com mais estrutura, ou se houvesse, pelo menos, sido atendido por um profissional mais humano e preocupado com a vida de seus semelhantes. Muitas dessas famílias se conformaram atribuindo sua perda à vontade de Deus.
Na imagem denúncia recente de um idoso que estava esperando atendimento no "corredor da morte".

Cada vez que tenho que ir à esse Hospital açougue, sou testemunha ocular de um absurdo. Imagino o quanto deve acontecer todos os dias, que provavelmente a estatística, por conveniência, não irá mostrar.
Um amigo meu que transportava seu filho, teve sua moto atingida por um carro. A perna da Criança ficou muito machucada. O açougueiro (médico) que o atendeu, friamente fez uns procedimentos e disse que estava tudo bem. Dias se passaram, a perna nada de melhorar, mas o médico insistia que era normal e que estava tudo bem. Decidiram ir por conta própria à Teresina, e qual não foi a surpresa quando viram que a perna estava necrosando, e se tivessem esperado mais um dia teria que  ser amputada.
Levei outro dia um amigo às pressas para este Hospital com uma Crise forte devido à insuficiência renal. Sofrendo muito. Não havia leito e ele ficou no corredor(DA MORTE) sentado em uma cadeira de rodas. Pensei que, devido à situação do mesmo, iriam IMEDIATAMENTE levá-lo às pressas para UTI ou encaminhar para Teresina. Não foi o que aconteceu. Ficou sem atendimento, apesar dos apelos da família. Faleceu ao amanhecer aos vinte e poucos anos de idade. Eu vi tudo.
Um outro amigo sofreu um grave acidente de trabalho nessa última quinta feira, caiu de uma altura considerável, bateu com a cabeça no chão. Foi às pressas para o HEDA. Ficou no corredor(DA MORTE), ouvido sangrando, dores fortíssimas. Bateram raio-x e nada muito sério. Falava-se que houve uma fratura na bacia e uma perfuração no pulmão e nada na cabeça. A família e os amigos presentes insistiram para o hospital autorizar a transferência para Teresina. Disseram que não seria NECESSÁRIO, por não ser grave e que aqui eles dariam conta. Permaneceu no corredor. Dores e mais dores. Graças à união de forças de amigos e familiares, conseguiram às duras penas que o Plano de Saúde providenciasse um transporte para levá-lo à Teresina. Saiu no final da tarde de sexta. Já nas primeiras horas do dia seguinte, ontem,  recebo o laudo. ESTÁ NA UTI com 5 costelas quebradas, pulmão perfurado, coluna fraturada na parte lateral,  ponta do fêmur quebrada na emenda com a bacia. Foi detectado também uma leve lesão cerebral e segue fazendo novos exames. Vocês entendem o que acontece aqui? O que teria acontecido se todos acreditassem nos profissionais do HEDA e deixado esse meu amigo aqui? Muito provavelmente iria entrar para a estatística dos que se foram porque chegou a hora e Deus quis. 
Por que eles raramente querem assumir que não têm condições de cuidar e preferem arriscar perder um paciente, ao invés de autorizar a transferência para a capital? Será por questão de orgulho? Será por questão de economia de recursos? Será por ambos os motivos? Por que não troca os profissionais? Por que não há investimento para melhoria da infraestrutura? Quantas mais vidas de pessoas, principalmente pobres e com pouca instrução, serão tiradas por negligência e maus tratos? 
Verifiquei na internet que ha inúmeras denuncias contra esse hospital e seus profissionais. Onde está o ministério público que não toma nenhuma providência?

Se você  tem algo a relatar em relação ao que acabei de colocar, por favor, me procure. Vamos nos unir e exigir uma atitude da justiça e dos demais órgãos competentes. Não para tirarmos qualquer proveito, mas simplesmente para salvarmos VIDAS. Plínio (86) 9408-2319
Edição: Veja Parnaíba 

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