quarta-feira, 29 de maio de 2019

Veja dicas para reverter o risco de doenças cardíacas que podem chegar de surpresa

Obstrução das artérias: revertendo o quadro
© stevanovicigor/iStock Obstrução das artérias: revertendo o quadro
Já na adolescência ou mesmo antes, hábitos como exercitar-se pouquíssimo e comer demais as gorduras “erradas” começam a encher de placas as paredes arteriais e a provocar a obstrução das artérias. Após 20, 30 ou 40 anos, sentimos dor no peito quando as artérias estreitadas não conseguem levar sangue suficiente ao músculo cardíaco – ou, no pior dos casos, sofremos um infarto. Embora os genes tenham sua participação, o destino do coração está principalmente em nossas mãos. Mesmo que as artérias não estejam mais tão limpas assim, a mudança de hábitos pode alterar o nosso futuro.

Principais estratégias para reverter

1. Caminhe 30 minutos, cinco vezes por semana

Sair cinco vezes por semana para uma caminhada em ritmo moderado – um passo rápido o suficiente para acelerar um pouco a respiração – reduz pela metade o risco de doença cardíaca, segundo um estudo com mulheres de meia-idade e idosas. Os pesquisadores que examinaram os homens verificaram que os que raramente ou nunca se exercitavam tinham probabilidade três vezes maior de morrer de doença cardíaca do que os que se exercitavam pelo menos cinco dias por semana.
O exercício ajuda o coração de várias formas. Eleva o HDL-colesterol (o “bom”), abaixa o LDL-colesterol (o “mau”) e os triglicerídeos; reduz a pressão arterial e a inflamação que ameaçam o coração e pode até melhorar a circulação de antioxidantes, que evitam lesões nas células do músculo cardíaco e nas que revestem os vasos sanguíneos.
Um dos estudos chegou a comprovar o poder favorável do exercício físico para o coração. Os pesquisadores examinaram 101 homens que passaram por cirurgia de desbloqueio das artérias obstruídas. Metade deles recebeu stents para manter as artérias abertas. A outra metade não; em vez disso, usaram bicicleta ergométrica 20 minutos por dia, para obter o mesmo efeito. O resultado? Os que usaram a bicicleta tiveram menos infartos, AVCs e dores fortes no peito. Certamente uma boa razão para investir numa bicicleta ergométrica!

‘‘Sair cinco vezes por semana para uma caminhada reduz pela metade o risco de doença cardíaca.'

2. Pare de fumar e reduza a obstrução das artérias

Fumar cigarros dobra, triplica e até quadruplica o risco de você vir a sofrer de doença cardíaca; depois de adoecer, o fumo dobra o risco de morte cardíaca súbita. A fumaça do tabaco danifica e causa obstrução das artérias coronárias. A nicotina contrai os vasos sanguíneos. E o monóxido de carbono da fumaça do cigarro retira oxigênio da corrente sanguínea, obrigando o coração a bombear mais para transportar oxigênio às células.
Pare de fumar e o risco começará a cair quase de imediato. Dois anos depois do último cigarro, o risco cai mais de 30%, e volta ao nível normal em 10 a 14 anos.

3. Coma mais peixe 

Você ganhará menos calorias do que com um bife, e não só evitará a gordura saturada, “ruim”, que eleva o nível do seu colesterol, como obterá também as gorduras “boas”, que deixarão o seu coração feliz. Num estudo com quase 85 mil mulheres, as que comiam peixe apenas uma a três vezes por mês reduziram em 21% o risco de desenvolver doença coronariana; comer peixe cinco vezes por semana ou mais baixou-o 34%. A gordura do peixe ajuda a evitar coágulos e inflamações nas artérias e protege contra a arritmia (ritmo cardíaco irregular), que pode causar infarto. Tente comer pelo menos duas porções de peixes gordurosos, como salmão, cavala, linguado ou atum, por semana (220 a 340 g no total) . Não se preocupe demais com o fato de o salmão ser do mar ou de cativeiro; a menos que você esteja grávida, o benefício de comê-lo supera os riscos.

4. Que tal as cápsulas de óleo de peixe?

A Associação Americana de Cardiologia recomenda 1 g diário de ácido docosa-hexanoico (DHA) mais ácido eicosapentanoico (EPA) provenientes do peixe ou de cápsulas de óleo de peixe para quem já tem doença arterial coronariana e até 4 g de DHA mais EPA por dia (somente sob orientação médica) para quem tem níveis altos de triglicerídeos (estudos mostram que essa dose pode baixar os níveis em até 30%). Em outro estudo, quem recebeu 1,5 g diário desses ácidos graxos ômega-3 em cápsulas de óleo de peixe apresentou, em dois anos, regressão das placas.
Mesmo que você não tenha doença cardíaca, converse com seu médico sobre o uso de 1 g de óleo de peixe por dia como medida de prevenção. Os vegetarianos podem procurar cápsulas de ômega-3 que forneçam DHA provenientes de algas, e não de peixe.

5. Coma frutos oleaginosos (nozes, castanhas etc.) e óleos saudáveis

Nozes, óleo de canola, sementes de linhaça moídas, tofu e soja são boas fontes de ácido alfalinolênico, um tipo de ácido graxo ômega-3 que o organismo transforma em DHA e EPA.
Esses alimentos não substituem o peixe e o óleo de peixe, já que com eles o organismo só obtém pequena quantidade de DHA e EPA, mas são uma boa ajuda. Continua...
Edição: Denílson Freitas/Veja PHB

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