Em moção divulgada neste sábado (20/3), parlamentares pedem ajuda da comunidade internacional para conseguir vacinas para o Brasil. A moção de apelo alerta que o país impõe risco a outras nações, por conta das novas cepas locais, e admite que o ritmo de imunização imposto pelo Ministério da Saúde é insuficiente para combater a pandemia.
O Senado divulgou uma moção de apelo pedindo ajuda internacional para o Brasil lidar com o avanço e as mortes por covid-19. No texto, aprovado por unanimidade entre os senadores, há diversos alertas. Um deles é que o Brasil se tornou o epicentro mundial da pandemia, superando, nessa semana, “a alarmante média móvel de 72 mil novos casos e mais de 2 mil óbitos por dia”. Os dados foram confirmados pela Organização Mundial de saúde.
Outro alerta é o do ritmo de imunização do Brasil. Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, recusar vacinas, dizer a eleitores que não iria comprar os imunizantes, comemorar a suspensão de testes com um dos medicamentos, provocar aglomerações e criticar medidas de isolamento social, o número de contaminados e mortos vem crescendo desde dezembro de 2021, e há risco de colapso no sistema de saúde de diversos estados.
“O país reclama atenção emergencial do mundo. Nosso ritmo de imunização é insuficiente para conter a propagação da doença. Até o momento, menos de 5% dos 210 milhões de brasileiros foram vacinados. Dependemos de vacinas e insumos farmacêuticos ativos (IFA) importados, que chegam em ritmo lento, se comparado ao desafio posto pela segunda e devastadora onda da pandemia no Brasil”, admitem os senadores na moção.
Senadores destacam no texto, ainda, que as fronteiras entre os países nem sempre protegem a propagação do vírus e o surgimento de variantes. Basicamente, os parlamentares estão alertando o mundo sobre o surgimento de novas cepas no Brasil que podem agravar situações em outras nações. “A única defesa é a cooperação internacional, com a vacinação urgente de nossa população”, destaca o documento.
“Deixar que o povo brasileiro continue a morrer sem vacinas significa uma agressão a todas as tradições humanas. É o oposto de tudo o que a civilização representa. (....) Impõe o medo e compromete a tranquilidade e segurança de todos os países. Em todos os momentos dramáticos da história do mundo o Brasil deu sua contribuição. Agora, precisamos contar com a comunidade internacional, em especial dos países produtores de vacinas, bem como dos detentores de estoques estratégicos”, continua a moção.
Ações do parlamento
Com a inaptidão do governo em enfrentar os problemas, coube ao Congresso tomar a frente no combate à pandemia. Além da moção, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) enviou uma carta à senadora e vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, pedindo “autorização especial para a aquisição, pelo governo brasileiro, de doses de vacina estocadas nos EUA e ainda sem previsão de utilização”. Em ambos os casos, a articulação coube à presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa, a senadora Kátia Abreu (PP-TO).
Fonte, leia mais em Correio Brasiliense
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