O ex-procurador geral do Estado, Emir Martins Filho, foi preso na madrugada desta segunda-feira (24) quando tentava fugir de Teresina. Segundo o promotor Rômulo Cordão, titular do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao Ministério Público Estadual, o ex-procurador liderou um enorme esquema de corrupção que, somente na folha de pagamento do órgão, desviou R$ 8 milhões de 2004 a 2008.
"Foi um enorme esquema montado e havia várias formas de desviar esse dinheiro. Podemos afirmar que, por baixo, R$ 8 milhões foram desviados. Isso porque apuramos apenas a atuação na folha de pagamento, questões como fraudes em licitações serão apuradas posteriormente de outra maneira, não pelo Gaeco", disse Cordão.
Ao todo, doze mandados de prisão e 12 de busca e apreensão foram expedidos e todos têm parentesco ou alguma relação próxima com Emir. Até agora foram confirmadas as prisões de Emir, seu filho, Tiago Sauders Martins, sua nora, Susyane Araujo Lima Sauders Martins, e a ex-esposa Maria da Gloria. A quinta pessoa presa não teve o nome divulgado.
As buscas na cidade de Picos, a 306 km de Teresina, ocorreram no condomínio Vale do Guaribas, no bairro Canto da Várzea. De acordo com informações da Polícia Civil, no momento do cumprimento do mandado de busca e aprensão, apenas Susyane Araujo Lima Sauders Martins estava no imóvel, onde foram apreendidos alguns objetos e equipamentos. Juntamente com o esposo Tiago Sauders Martins, Susyane foi trazida para Teresina.
Todos estão presos temporariamente e foram inicialmente levados ao Quartel do Comando Geral da PM. A prisão tem duração inicial de cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco.
O promotor disse que todos responderão por associação criminosa, pois chegaram a se reunir para esquematizar as fraudes. O ex-procurador poderá ser responsabilizado ainda por corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Uma das consequências de uma possível condenação é a perda da aposentadoria como procurador.
Sequestro de bens
Segundo o promotor, já foi pedido o sequestro de diversos bens, como imóveis e veículos. Comprovada a aquisição por meio de enriquecimento ilícito, o ex-procurador poderá ter que ressarcir o órgão, com a venda dos bens.
Suposto vazamento
O promotor destacou que será apurado ainda um possível vazamento de informações da Operação IL CAPO. Isso porque no momento da prisão, segundo Cordão, o ex-procurador tentava fugir; o que indica que recebeu informações do cumprimento do mandado.
"Ele já foi achado nas proximidades do Zoobotânico, na Avenida Presidente Kennedy, o que indica que ele deixaria Teresina. Além disso, no carro havia uma mala com roupas e outros objetos pessoais. Um operação dessa magnitude envolve muitas pessoas e alguma informação pode ter chegado a ele. O que importa é que conseguimos cumprir nosso papel, e ele foi preso", contou
IL CAPO
O nome da operação significa "o chefe", em italiano. O nome faz referência ao ex-procurador, que chefiou o enorme esquema.
Flash Maria Romero
Da Redação Carlienne Carpaso
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