sábado, 27 de julho de 2019

Ministros do STF tem o pai de santa favorito

O babalorixá Carlos Vitor dos Santos parece um fabuloso personagem extraído das páginas de uma obra de Lima Barreto. Sua história de vida começa com um desacerto do pai, que no caminho para registrá-lo no único cartório de Colômbia, cidade com pouco mais de cinco mil habitantes no interior de São Paulo, esqueceu o nome que a mãe tinha lhe rogado. 
AMIZADE ANTIGA “Vitão” e o ministro Dias Toffoli se conheceram quando o presidente do STF ainda era estagiário de Direito
© Marco AnkosquiAMIZADE ANTIGA “Vitão” e o ministro Dias Toffoli se conheceram quando o presidente do STF ainda era estagiário de Direito.
Em vez do previamente combinado, o progenitor escolheu Benedito Januário dos Santos, sem comunicar o equívoco aos familiares. Eles só descobriram a verdadeira alcunha na hora de matricular a criança na escola. Até então, no entanto, para o garoto de infância humilde e caçula entre onze irmãos, “Vitão” já fazia parte de sua identidade. Hoje ele acha graça da imprecisão.
Ao lembrar-se dela, o semblante é de quem respeita, quase como um estoico, os desígnios do destino. Foi assim que aceitou o convite do ministro José Dias Toffoli para a cerimônia de posse na presidência do Supremo Tribunal Federal, segundo ele, com direito a formar dupla de moda de viola com o ministro Gilmar Mendes, num “after” somente para os íntimos.
Não era a primeira vez que Vitão embarcava para Brasília. Ela se deu quando Toffoli ainda era subchefe para assuntos jurídicos do então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, no primeiro governo Lula. E não foi bem sucedida. Quando convidado, nem passou por sua cabeça que viraria capa de jornal no “escândalo das passagens aéreas” pagas pelo poder público. Por sorte, os problemas acabaram por aí. Hoje, sua presença é mais do que bem-vinda no STF.
“Quando vou para Brasília, na surdina, vem o Fachin, os outros… Eles querem saber como é. Eu dou as orientações, faço a energização”, relata, ao mesmo tempo em que pede para que a informação não seja publicada, diante, segundo ele, do preconceito contra as religiões de matriz africana e das implicações que o assunto pode causar dentro do STF.
Edição: Veja PHB com informações da Isto É

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