sábado, 4 de agosto de 2018

‘Os Incríveis 2’: agora quem manda é ela. Bom filme no fim de semana!

Ele não podia prever. Há 14 anos, durante a promoção da estreia de Os Incríveis, Brad Bird (Kalispell, Montana, 1957), seu diretor e roteirista, pensou em uma continuação em que a mãe de família, Helena, ou Mulher-Elástica, fosse a encarregada de resolver uma missão, e Beto (Sr. Incrível) ficasse em casa cuidando da família. “Não sei, não calculei”. 
Fotograma de 'Os Incríveis 2'.
© Fornecido por El Pais Brasil Fotograma de 'Os Incríveis 
2'.Simplesmente me pareceu a guinada necessária na história. Ele sorri. Bird está promovendo seu Os Incríveis2 em Madri em uma turnê publicitária mundial poucos dias depois da estreia nos EUA. Ele respondeu a essa pergunta milhares de vezes. Seu filme é protagonizado por uma mãe de uma família empoderada, que vive com dúvidas —quando ela se afasta dos filhos— sobre se o que está fazendo está certo ou errado. Em pleno momento #MeToo e do poderoso movimento feminino de igualdade de papeis, chega um filme de animação da Pixar que reflete longamente sobre isso a partir de diferentes perspectivas e capta o espírito do tempo, o batido zeitgeist. “Acredito que os homens devem se envolver mais na criação dos filhos e nas tarefas domésticas. Na minha casa, se um cozinha, o outro faz a limpeza. Em geral, acho que as mulheres foram desvalorizadas ao longo da história”. Resultado: na segunda-feira, o filme ultrapassou um bilhão de dólares (3,75 bilhões de reais) nas bilheterias mundiais e provavelmente deve dobrar a arrecadação do original.
Brad Bird, em Madri.
© Fornecido por El Pais Brasil Brad Bird, em Madri.
Bird sorri e encolhe os ombros para tudo isso: “Não se pode brincar, enquanto se escreve o roteiro, de adivinhar o que o público vai gostar quando o filme estrear. Na animação é impossível. Foram anos de desenvolvimento da história e de produção. O que resta é montar o melhor argumento possível, com grandes personagens, e de passagem tentar algo novo, colocar algum risco no coquetel. Há 14 anos eu só sabia que queria a Mulher-Elástica como protagonista e que era preciso explorar os superpoderes de Zezé porque a família não os conhece e o espectador sim.

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