domingo, 29 de julho de 2018

"Leilão de cartas marcadas", reage presidente do Sintepi sobre Cepisa


Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com
Após o leilão que vendeu a Eletrobrás Piauí para a empresa Equatorial Energia nesta quinta (26) o Sindicato dos Urbanitários (Sintepi) agora busca tentar reverter na justiça a situação.
Segundo o presidente do órgão, Paulo Sampaio, duas ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) podem mudar os rumos da situação da empresa. Uma das ações é do Governo do Estado e outra do próprio sindicato. O Sintepi suspeita do processo de venda da empresa.
"Entendemos que foi um leilão de cartas marcadas e vamos contestar isso aí. Nossa assessoria jurídica está tomando providencias", disse Paulo Sampaio.
O julgamento do mérito se dá por conta de dívidas que a empresa tem com o fundo de previdência dos servidores que, se somados chegam ao valor de R$ 240 milhões. Além disso outras dívidas da empresa com o Governo do Estado podem emperrar o processo de privatização.
Outro fator que pesa na estratégia do sindicato é a jurisprudência acerca da decisão do STF que retirou a distribuidora de Alagoas (Ceal - Companhia Energética de Alagoas) do leilão, bem como erros no processo de venda da Cepisa, onde somente esta, das 6 distribuidoras, teve leilão mantido para o dia 26 e as outras foram adiadas para o dia 30 de agosto. O processo será avaliado pelo ministro Dias Toffoli. 
Enquanto o processo tramita na Justiça, muitos servidores temem por perder o emprego. Atualmente o quadro de funcionários da empresa possui 2080 funcionários em grande parte recém contratados. Segundo o sindicato, o quadro renovado tem, no máximo, 8 anos de atividade e todo o processo será acompanhado de perto para que haja o mínimo de prejuízo possível para os trabalhadores. Segundo Paulo Sampaio, até a data-base da categoria (1° de maio de 2019) todos os direitos e benefícios estão mantidos.
"A gente sabe que não tem como fazer o serviço de distribuição sem as pessoas. Uma parte [dos funcionários] vai ser aproveitado, a diretoria tem colocado isso para a diretoria do sindicato e vamos ter cuidado para que essa transição possa ocorrer de forma menos traumática", afirma o presidente do Sintepi.
A situação vivida pelo sindicato atualmente relembra o programa de privatizações do final do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), onde algumas distribuidoras foram colocadas a venda e após mudança de gestão do Governo Federal a empresa acabou ficando.  O sindicato disse ainda que novas greves poderão acontecer nos próximos dias em protesto contra o leilão. Até o momento, o sindicato só tem em planos uma paralisação para o dia 30 de agosto, dia do leilão das outras distribuidoras.
(Cidadeverde)

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