terça-feira, 25 de outubro de 2016

Ex-procurador desviou pelo menos R$ 8 milhões do Ministério Público, afirma Gaeco

O ex-procurador geral do Estado, Emir Martins Filho, foi preso na madrugada desta segunda-feira (24) quando tentava fugir de Teresina. Segundo o promotor Rômulo Cordão, titular do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão ligado ao Ministério Público Estadual, o ex-procurador liderou um enorme esquema de corrupção que, somente na folha de pagamento do órgão, desviou R$ 8 milhões de 2004 a 2008.
De acordo com o promotor, o esquema funcionava de diversas formas.Uma delas consistia em incluir nome de familiares, na folha de pagamento do Ministério Público do Estado, que sequer tinham matrícula no órgão. Outra forma de atuação consistia no aliciamento de estagiários que recebiam salários de R$ 30 mil, quantia que era depois destinada às contas do ex-procurador. 
"Foi um enorme esquema montado e havia várias formas de desviar esse dinheiro. Podemos afirmar que, por baixo, R$ 8 milhões foram desviados. Isso porque apuramos apenas a atuação na folha de pagamento, questões como fraudes em licitações serão apuradas posteriormente de outra maneira, não pelo Gaeco", disse Cordão. 
Ao todo, doze mandados de prisão e 12 de busca e apreensão foram expedidos e todos têm parentesco ou alguma relação próxima com Emir. Até agora foram confirmadas as prisões de Emir, seu filho, Tiago Sauders Martins, sua nora, Susyane Araujo Lima Sauders Martins, e a ex-esposa Maria da Gloria. A quinta pessoa presa não teve o nome divulgado.
As buscas na cidade de Picos, a 306 km de Teresina, ocorreram no condomínio Vale do Guaribas, no bairro Canto da Várzea. De acordo com informações da Polícia Civil, no momento do cumprimento do mandado de busca e aprensão, apenas Susyane Araujo Lima Sauders Martins estava no imóvel, onde foram apreendidos alguns objetos e equipamentos. Juntamente com o esposo Tiago Sauders Martins, Susyane foi trazida para Teresina.
Todos estão presos temporariamente e foram inicialmente levados ao Quartel do Comando Geral da PM. A prisão tem duração inicial de cinco dias e pode ser prorrogada por mais cinco. 
O promotor disse que todos responderão por associação criminosa, pois chegaram a se reunir para esquematizar as fraudes. O ex-procurador poderá ser responsabilizado ainda por corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Uma das consequências de uma possível condenação é a perda da aposentadoria como procurador. 
Sequestro de bens
Segundo o promotor, já foi pedido o sequestro de diversos bens, como imóveis e veículos. Comprovada a aquisição por meio de enriquecimento ilícito, o ex-procurador poderá ter que ressarcir o órgão, com a venda dos bens.  
Suposto vazamento
O promotor destacou que será apurado ainda um possível vazamento de informações da Operação IL CAPO. Isso porque no momento da prisão, segundo Cordão, o ex-procurador tentava fugir; o que indica que recebeu informações do cumprimento do mandado. 
"Ele já foi achado nas proximidades do Zoobotânico, na Avenida Presidente Kennedy, o que indica que ele deixaria Teresina. Além disso, no carro havia uma mala com roupas e outros objetos pessoais. Um operação dessa magnitude envolve muitas pessoas e alguma informação pode ter chegado a ele. O que importa é que conseguimos cumprir nosso papel, e ele foi preso", contou 
IL CAPO
O nome da operação significa "o chefe", em italiano. O nome faz referência ao ex-procurador, que chefiou o enorme esquema. 

Flash Maria Romero
Da Redação Carlienne Carpaso 
redacao@cidadeverde.com 

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